terça-feira, 18 de março de 2008

Simplesmente fantástico



Lizard dourado sem calota, desconheço o seu criador.
Palavras para quê?

domingo, 9 de março de 2008

Filhotes que morrem no ninho.

Todos os anos uma grande quantidade de filhotes morrem durante os dez primeiros dias de vida.

DIAGNÓSTICO: Colibacilose, Salmonelose, Micose.

Estas bactérias citadas são as causas de inúmeras perdas todas as temporadas, com subsequente desconforto e impotência do criador.
Sabemos todos, e inclusive já nos ocorreu em mais de uma ocasião, ter proporcionado o cruzamento de mais de dez casais de canários e contabilizando no final da temporada nove ou menos exemplares. Analisando, não se trata de dez casais com problemas de procriação; pode ocorrer talvez de três deles, porém não na sua totalidade.
Lógico é que se mandarmos investigar as causas seremos informado que quase sempre a bactéria Coli ou Salmonela é a causadora, pois vivem constantemente com os pássaros, mesmo que esses as controlem com suas defesas.
Diante dessa situação, temos nos valido de remédios, livros, artigos, sem resultado positivo, e, desse modo transcorreu-se a temporada.
Noutras ocasiões e diante a incompetência, recorremos aos companheiros em criação que nessa temporada lhes tenha sido satisfatória, pedindo-lhes informações e segredos de criação. Nosso amigo, que sempre pena de nós, nos conta o que sabe e o que vem a saber. Fornece ainda uma ração do seu preparo. Ensina-nos a receita e visita o local de criação.
Acreditamos que este é um santo remédio e que tudo mudará. No final de alguns dias tudo continua igual e os próximos nascimentos morrem diante de nossa competência.
Recorremos de novo a outros criadores. Obtemos informações e testamos todas elas. Uns nos aconselham dar tal medicamento, outros nos sugerem sulfas ou antibióticos, os mais naturalistas sugerem cenoura ralada misturada. Vamos ao herbário. Compramos germes de trigo, pólen, extracto de algaroba, mel, proteínas. Variamos todo os sistema, preparamos diversas massas e rações de pintos com leite, cereal de bebé e vitaminas.
Na terceira ninhada competimos com a dona da casa, pois a cozinha mais se assemelha com um laboratório.
Usamos a moedora de carne para moer sementes de cânhamo. Enquanto isso fervemos sementes de rabanete que segundo nos disseram são infalíveis. Em uma vasilha colocamos de molho uma medida de sementes negras que também disseram ser maravilhosas e que as fêmeas avançam nelas com muita gula. Já ia me esquecendo, noutra boca do fogão uma caçarola com água fervendo e três ovos.
A televisão está transmitindo um jogo de futebol. Todos estão atentos menos àquele que está cuidando dos ovos para que não fervam mais de 9 minutos, pois li em algum lugar, que se passarem da fervura a gema fica azulada e pode ser indigestos e tóxicos.
Ninguém pode usar a pia porque a verdura tem de fica de molho com água em solução caustica por toda à noite, conforme outro dos segredos vem guardados.
No Domingo, com desculpa de levar os meninos para passear, vamos ao campo recolher umas ervas chamadas de nabiças com as quais o tio Pepe conseguia dezenas de canários.
Durante a temporada trocamos, várias vezes de mistura. Algumas vezes com alpiste, outras com aveia e cânhamo em separado. Parecíamos espiões industriais, pois estamos, como se diz à sociedade, absorvidos pelo assunto. Desse modo durante anos e anos.
Viramos investigadores, biólogos e veterinários. Lemos tudo, aprendemos a conhecer fórmulas. Familiarizamo-nos com as vitaminas, proteínas, carboidratos e minerais. Conhecemos, além disso, todos os nomes dos aminoácidos na ponta da língua, o que em nenhum dia conseguimos aprender os nomes dos reis visigodos.
Somos invadidos por toda classe de preparos nacionais e internacionais. Começamos nós mesmos a preparar as nossas próprias formulas. Ficamos isolados, pois nossos amigos amadores timbraram pelo caminho do aprendizado e hoje em dia os vemos transformados em pescadores ou catadores de cogumelos.
Nosso caso, Deve-se tratar de genética. O que anima a nos empenharmos a fundo nesse desafio é tentar reproduzir este fenómeno que se chama criação em cativeiro.
Ah! Já ia me esquecendo do início desse artigo: Por que morrem os filhotes no ninho???
Descobrir isto causou muitos anos de tentativas frustrantes.
A causa da maioria das mortes é, sem dúvida a falta de água ou de líquidos para digerir a ração e as massas actuais, na maioria das vezes muito ricas e indigestas, longe estão os tempos em que os nossos avós criavam de forma natural, com cardo, pão duro amolecido, alpiste e maçãs.
Na primeira semana de vida os filhotes duplicam seu peso a cada dia, e 75% compõe-se de água.
Os três primeiros dias passam sem incidentes nenhum. No quarto ou quinto dia os examinamos a tarde. As ninhadas alimentadas. Que satisfação.
No dia seguinte perderam peso. Encontram-se menores que no dia anterior. Começa o retrocesso. As gorduras acumuladas em torno da cintura desaparecem rapidamente. A cor se torna avermelhada.
Pedem insistentes por comida. Não é isso que precisam, mas sim água. No dia seguinte não tem forças para levantar a cabeça.
A mãe insiste em dar-lhes comida, eles não reagem, não podem levantar a cabeça, a fêmea, ante negativa, se deita sobre eles. Não podendo digerir a comida, também ela adoece de indigestão.
O ninho começa a molhar-se, pois os excrementos são líquidos e a fêmea não pode limpá-lo. É então quando atacam as bactérias coli e salmonela sem que nada se possa fazer, pois os filhotes estão muito debilitados, e tudo ocorre no espaço de dois dias.
Esta sintomatologia é evidenciada quando a fêmea salta do ninho e sua barriga está húmida e suja. Sempre se disse que a fêmea suava sobre os filhotes e esses morriam, quando na realidade são os excrementos destes mais a febre e o suor que sujam a barriga da fêmea.
Uma observação lógica de que estes filhotes não estavam doentes é a seguinte:
Se estivessem contaminados por alguma bactéria, a maioria haveria de morrer dentro dos ovos ou nos dois dias seguintes ao nascimento.
Quando sempre atribuímos ao azar de bactérias, responsabilizando-as por todos os males. Se tivéssemos nos preocupado mais com os devidos cuidados dos reprodutores, não existiria a maioria dos problemas.
Como fornecer líquido aos filhotes?
Fornecendo maçãs, cuscuz, pão humedecido, sementes fervidas e verduras.
Nos três primeiros dias de vida os filhotes são alimentados pela mãe com papinhas líquidas e semi-digeridas.
A partir do terceiro dia convém dar pela manhã um pedaço pequeno de maçã, se possível do tamanho de uma noz ou menor. Na ração adicionamos sementes fervidas e humedecidas.
Quando os filhotes depositarem os excrementos na borda do ninho, já se pode dar maçã à vontade.
Principalmente nas raças de cores modernas, se lhes damos maçã em excesso a mãe, ou algumas mães, os alimentam quase que exclusivamente de maçã, resultando fezes demasiadamente líquidas e de difícil limpeza pelas fêmeas e que se pode terminar com a ninhada.
Este assunto de criar pássaros se pode comparar com os primeiros meses de vida de um bebé, em que os cuidados de limpeza de fraldas e alimentação suave são primordiais.
O pão húmido (um pedaço pequeno) também é interessante. A verdura, se não se trata de canários timbrados ou de raças resistentes com o cobre é conveniente deixar para Segunda ou terceira alimentação e fornecê-la a partir dos quinze dias e sempre gradualmente. Finalmente, um sistema inovador de água é o cuscuz. Trata-se do gemem de trigo duro separado do grão. Nos países árabes é usado para preparar um prato típico, o Kibe.
Em canaricultura, pássaros exótico e outros, se emprega o cuscuz para misturar com ração, trazendo humidade e tornando-as mais apetitosas e acima de tudo conseguindo o aporte de líquido necessário para a perfeita digestão da comida.
Como preparar o cuscuz?
No caso do prato culinário árabe, não sei. Porém na avicultura é o seguinte:
Á noite, ou horas antes de preparar a ração, põe-se uma quantidade de cuscuz de molho com o dobro de água. Nesta água pode acrescentar algumas gotas de complexo vitamínico.
Se usar algum remédio é conveniente não colocá-lo junto com o cuscuz de molho, é sim, colocá-lo no final para que não perca parte de sua eficiência em muitas horas de água.
Se preparar o cuscuz à noite, é conveniente guardá-lo na geladeira para que o calor não o azede.
Resumo de alguns conselhos úteis.
1 - Não dar alimentação demasiado forte nos primeiros 5 dias.
2 - Nunca dar misturas de sementes a partir das 6 horas da tarde.
3 - Se houver oportunidade, dar a ração de manhã e depois do almoço. Sempre na quantia exacta.
4 - Não variar e não acrescentar nenhuma mudança brusca na alimentação.
5 - Não se preocupe em demasia se alguns filhotes não estão alimentados a noite, pois a natureza é sadia.
6 - Se, por exemplo, se tem 10 casais e uma média de seis funcionam, tudo corre bem. Deixe que eles continuem seu sistema e no final da temporada terá conseguido 60 pássaros. Pode guardar os outros quatro casais para fazer uma investigação. Não tente fazer alguma mudança em todos os casais porque estes quatro não funcionam.
7 - Não mude os filhotes doentes no último momento para que uma fêmea sadia, pois dificilmente os salvará. Ela é que pode adoecer, principalmente se é uma fêmea


L.Bellver

quarta-feira, 5 de março de 2008

LIZARD BELOS E DIFÍCEIS DESENHOS

Fernando Antonio Bretãs Viana Revista Brasil Ornitológico nro 36 Arquivo Editado em 08/12/2002

O Lizard é um dos mais antigos canários criados pelos ingleses, havendo relatos de sua introdução pelos huguenotes no século XVI. Como a maioria das raças européias, apresentou assustador declínio à época da II Grande Guerra Mundial, mas o trabalho árduo de alguns criadores abnegados fez com que a mesma fosse preservada e chegasse aos dias de hoje. Embora seja considerado um canário de porte, o Lizard difere das demais raças deste segmento, pois em seu julgamento se observam primeiramente marcação e lipocromo, à semelhança aos canários de cor. Dentre todos os canários, seja de cor ou de porte, pode-se afirmar, sem dúvida alguma, que o Lizard é um dos mais difíceis de criar. Embora os pássaros sejam muito prolíficos, a obtenção de exemplares perfeitos é bastante difícil, nascendo um grande número de canários com despigmentação nas penas, unhas brancas, penas lipocrómicas fora da área da cúpula e outros defeitos menores, como por exemplo cúpulas mal formadas ou manchadas. Outro problema que o criador enfrenta é um certo desconhecimento sobre a hereditariedade das características do Lizard, fazendo com que cruzamentos bem planejados nem sempre terminem em bons filhotes. Assim, são comuns os casos de casais que produzem bons filhotes num ano e péssimos na estação seguinte. Por tudo isto, pode-se resumir a criação do Lizard em uma única palavra: DESAFIO.

CRITÉRIOS DE JULGAMENTO COMENTADOS

Desenho dorsal (25 pontos): O desenho dorsal é o item mais importante do julgamento, valendo 25% do total teórico de pontos. As marcas dorsais tem a forma aproximada de meias-luas e aparecem em linhas longitudinais e paralelas da cabeça ao final do dorso, aumentando de tamanho à medida em que se afastam da nuca. Nos pássaros intensos, o lipocromo entre as marcas aparece uniforme; nos brancos e nevados, as pontas das penas podem apresentar uma franja branca que, entretanto, não deve ser muito exuberante. Marcas desalinhadas, pouco definidas ou de forma diferente da meia lua, excesso de feomelanina e franjas brancas muito pronunciadas são penalizáveis. A presença de penas lipocrômicas em qualquer parte do corpo fora da cúpula implica em desclassificação.
Cúpula (10 pontos): Embora seja a marca registrada da raça, a cúpula vale apenas 10% do total da pontuação. Assim, fica evidente porque um pássaro com bom desenho e cúpula “quebrada” sempre ganha de outro com cúpula perfeita, mas desenho dorsal ruim, normalmente sob protestos do proprietário!!! A cúpula deve ter forma oval e limites bem delimitados, começando na parte superior do bico e indo até a nuca, sem nunca ultrapassa-la. Invasões de áreas lipocrómicas na face ou abaixo da nuca constituem faltas graves. A presença de áreas melánicas na cúpula é penalizada de acordo com sua extensão, recebendo muito bom pássaros com até 10% de marcação, bom entre 10 e 20 %, regular entre 20 e 50% e fraco acima deste limite. Nos canários sem cúpula, estes 10 pontos são atribuídos à marcação da cabeça, que deve ser similar à do dorso, mas de tamanho pequeno. As eventuais áreas lipocrómicas são penalizadas de maneira similar aos Lizard com cúpula.
Desenho do Peito e Flancos (10 pontos): O desenho do peito é similar e pequenos triângulos com vértices em direcção à cauda, começando no bico e terminando no final do corpo do pássaro. São mais evidentes nos pássaros nevados e nas fêmeas. Em alguns casos, a proximidade entre os triângulos faz com que os mesmos apareçam como linhas, o que é indesejável. Pelas suas características próprias, os pássaros intensos não são muito penalizados neste item.
Plumagem (10 pontos): A plumagem deve ser sedosa e compacta, característica observada na maioria dos exemplares. Pássaros com plumagem frouxa são penalizados com rigor. Plumagem sem brilho e bordas das penas excessivamente branca também determinam perda de pontos neste item.
Cor de Fundo (lipocromo): A cor de fundo deve ser regular e bem distribuída, o que contribui decisivamente para o destaque dos desenhos. A cúpula e todo o lipocromo aparente devem ter a mesma tonalidade. Lipocromo sem uniformidade ou “lavado” são rigorosamente penalizados.
Asas e cauda (10 pontos): As penas das asas e cauda devem ser a mais escura possível, sempre tendendo ao negro. Pássaros com penas tendendo ao cinza escuro ou com bordas muito despigmentadas são indesejáveis. Pena lipocromicas nas asas e cauda desclassificam o exemplar.
Cílios (5 pontos): Os cílios são duas linhas regular que separam a cúpula da face, situados acima dos olhos da ave. Ausência ou interrupção dos cílios s/ao passíveis de punição.
Bico, Pernas e pés (5 pontos): O Lizard é um canário fortemente oxidado e, como tal, deve possuir bicos, pernas e patas o mais escuros possíveis. Áreas manchadas ou de coloração córnea são penalizáveis. A presença de unha(s) despigmentadas determina a desclassificação do pássaro.
Desenho das espáduas (5 pontos): As coberturas das asas junto às espáduas devem estar em harmonia com o desenho do pássaro. Penas que modifiquem este desenho são penalizadas com rigor. Penas lipocrómicas nesta região são motivo de desclassificação.
Tamanho (5 pontos): O Lizard é um pássaro relativamente pequeno (12,5 a 13,5 cm) e não deve jamais ter seu tamanho comparado aos canários de cor (13 a 15 cm). Este item é pouco importante, pois a maioria dos exemplares está dentro destes limites.
Condição Geral (5 pontos): Neste item são avaliados a limpeza e a saúde da ave. Pássaros letárgicos, indóceis, juntos ou com escamas nos pés são penalizados.

ALGUNS SEGREDOS DE CRIAÇÃO

O Lizard é um canário que desafia as leis da genética, pois toda a previsão feita durante o acasalamento com frequência resulta em nada. Entretanto, alguns pontos importantes devem ser observados para uma melhor criação:
Ø Cruzar sempre fundo intenso com nevado. O cruzamento entre dois pássaros determina o nascimento de filhotes com excesso de marcação branca nas bordas das penas e lipocromo ruim;
Ø Pássaros de fundo branco devem ser preferivelmente cruzados com intensos, resultando em filhotes intensos de fundo branco. Em termos de concurso, estes canários são mais valorizados, por sua melhor marcação e pouca feomelanina;
Ø Evitar o cruzamento de brancos com nevados que sejam filhos de branco. O uso constante de pássaros de fundo branco no plantel na maioria das vezes leva ao aparecimento de aves com excesso de marcação branca nas bordas das penas, nevadismo ruim e marcação deficiente;
Ø Jamais cruzar dois exemplares de cúpula perfeita entre si, pois há a possibilidade do nascimento de filhotes com cúpula excessiva, descendo além da nuca. O ideal é cruzar um pássaro de cúpula pequena com um de cúpula perfeita;
Ø Pássaros sem cúpula devem ser cruzados entre si;
Ø Não usar nunca na reprodução aves de unhas claras ou penas lipocrómicas fora da cúpula, pois embora estas características sejam recessivas, aparecendo futuramente no plantel, arruinando todo um trabalho de selecção;
Ø Todo Lizard de mais de um ano de idade tem um certo grau de despigmentação nas bordas das penas. Entretanto, devem ser descartados aqueles cuja despigmentação seja excessiva;
Ø Como todo canário oxidado, os filhotes devem receber o máximo de sol possível, para aumentar esta oxidação;
Ø Para a obtenção do Lizard de fundo vermelho, usar bons exemplares de cobre. O resultado deste cruzamento será aves com o fenótipo dos canários cobre que, cruzados entre si, produzirão 25% de Lizard com factor.

terça-feira, 4 de março de 2008

Acasalamentos consanguineos


José Giordano PenteadoRevista UCCC - Julho 2001

Aperfeiçoamento de todos os animais, criados pelo homem. Normalmente os machos de qualidade excepcionais são utilizados para e acasalamentos consangüíneos criar famílias onde se tem por objetivo incluir em todos os seus componentes as qualidades do citado reprodutor. Com cavalos das diversas raças, gado vacum, porcos, mamíferos em geral e aves, tal prática foi intensamente utilizada pelos grandes criadores do passado mesmo sem conhecimentos de genética, que hoje já bastante desenvolvida torna fácil comprovar a eficiência deste processo. Em todos os centros ornitológicos tal prática é bastante difundida, mas no Brasil, não sé se tira proveito destes acasalamentos como também se evita por desconhecimento e até por preconceitos religiosos. Em canaricultura no que se refere aos canários de porte tal prática só trará benefícios, mas os criadores ainda não a aceitam, olhando A utilização de consanguíneos é uma prática comummente utilizada no apuramento ou apenas o lado deficiente do processo, esquecendo de que muitas vezes os acasalamentos entre pássaros não consanguíneos resultam em completa desilusão. Quantos criadores gastaram somas fabulosas adquirindo campeões, acasalando-os e obtendo apenas filhotes medíocres? O motivo principal a nosso ver, porém é simplesmente a ânsia de obter de primeira temporada, isto é, da maneira mais rápida possível, pássaros de qualidade, o que na maioria das vezes não acontece. A utilização dos acasalamentos consanguíneos requer além de conhecimentos, paciência e perseverança, mas os resultados após alguns anos compensam o tempo perdido, a proporcionarem aos verdadeiros amadores a satisfação de ter criado uma família onde a totalidade dos componentes apresentam as características do Standard da raça. Porque a vantagem de tais acasalamentos> A genética nos responde. Hoje sabemos que cada espécie animal tem uma característica que é o número de cromossomas de suas células. Nossos canários possuem 9 (nove) pares de cromossomas maiores (macro cromossomas) e um número indefinido de pares de micro cromossomas. Cada um destes cromossomas possui genes que são os responsáveis pela expressão das características dos indivíduos, como acontece com os diversos genes que comandam as cores dos canários, hoje já bastante difundidos. Por ocasião da divisão celular que antecede a formação dos gâmetas masculinos (espermatozóides) e feminino (óvulo) os pares cromossomas se separam e assim cada gâmeta, em uma explicação simplificada, possui apenas a metade do número de cromossomas da célula original. Assim sendo, cada novo indivíduo recebe ao se formar um conjunto de cromossomas do pai e outro da mãe e assim no novo ser é restabelecido o número de cromossomas da espécie. Neste novo ser, os pares de cromossomas são reconstituídos e de acordo a predominância ou não entre genes para uma mesma característica esta poderá se expressar ou não. A antiga e ainda usada expressão “meio sangue” significa em termos reais que o indivíduo possui metade dos cromossomas, por exemplo de seu pai, um puro sangue e metade correspondente a herdada de sua mãe sem as características da raça considerada. Cada característica é comandada por um gene ou genes e, em um canário além dos genes que determinam a cor que apresentará o pássaro, outros há que determinam seu tamanho, a forma de sua cabeça, tamanho do bico, posicionamento da perna e um sem número de características que definem um pássaro de determinada raça ou cor. É preciso esclarecer, porém, que a metade dos genes herdada de um reprodutor se refere ao número de cromossomas e que somente em indivíduos homozigotos para todas as características (caso pouco provável em canário de porte) todos os gâmetas serão idênticos. O que normalmente acontece é que os indivíduos não são homozigotos e nada impede que um pássaro excelente, possua em seu património genético, características deficientes recessivas que serão transmitidas a seus descendentes. Se acasalamos um pássaro excepcional a um de suas filhas de boas características, as chances de produzir pássaros semelhantes ao reprodutor original é muito maior do que se utilizarmos uma fêmea não relacionada com ele, pois sua filha possui em suas células metade dos cromossomas do seu pai, tornando mais fácil a reconstituição do património genético original do reprodutor em alguns dos filhotes. De modo idêntico que as características que definem a raça a saúde, robustez, fertilidade e outras podem ser manipuladas de modo a se conseguir melhorar ou manter tais funções. Dentre os acasalamentos consanguíneos podemos distinguir dois processos: INBREEDING, onde os acasalamentos são feitos entre parentes próximos por exemplo, pai x filha, mãe x filho, meio-irmão x meio-irmão, avô x neta etc... LINE-BREEDING, onde os acasalamentos são feitos entre parentescos mais afastados. IN BREED TO SUCESS. Com este título o articulista de Cage and Aviary Birds, Brian Biles publica excelente artigo sobre o sucesso obtido pelo Dr A.R. Robertson, de Durban, África do Sul, na criação de periquitos australianos. Os comentários do articulista inglês, fotografias dos pássaros e referências de outros criadores não deixam dúvidas quanto à qualidade dos ondulados do Dr Robertson, considerados tão bom ou até melhores que os melhores periquitos ingleses. Utilizando como guia um pequeno livro INBREEDING BUDGERIGARDS, de autoria do Dr M.D.S. Armour, publicado após a 2a (segunda) Guerra Mundial e conhecimentos de genética que possuiu, desenvolveu seus programas e este ano recusou por um dos pássaros a soma de 1.000,00 (mil libras) preço considerado lá extraordinário. Seus pássaros são mantidos em famílias ou linhas e os acasalamentos feitos de acordo com as características visuais dos pássaros e seus pedigres. Seu plantel é todo relacionado e se levarmos em consideração que de 1969 a 1979 foi proibida a importação de psitacídeos na África, o grau de relacionamento é bastante aproximado. Segundo autor do artigo, dificilmente introduz pássaros não relacionados no plantel e faz é através de um macho, de boas características que no primeiro ano é acasalado com duas ou mais fêmeas. No segundo ano utiliza o macho com duas ou três fêmeas de suas melhores filhas ao mesmo tempo que acasala vários pares de meios-irmãos. Destes acasalamentos já consegue 30% (trinta por cento) de pássaros de qualidade tão boas ou superiores ao reprodutor inicial. No terceiro ano os melhores filhotes do reprodutor são acasalados aos melhores dos acasalamentos entre os meios-irmãos e o reprodutor original a duas de suas melhores netas e a parcela do pássaro de qualidade ultrapassada já aos 50% (cinquenta por cento). Outro ponto importante do artigo é que a cada indivíduo excepcional que surge uma nova família é iniciada tendo este como fundador e o mesmo processo desenvolvido paralelamente. À actuação deste criador, como acontece com grande frequência fora de nosso país, no que se refere às aves, é um dos muitos que podem ser citados como exemplo dos acasalamentos consanguíneos para melhorar as características de uma variedade. Os resultados não são imediatos. Mas observadas as regras e uma seleção apurada, em três ou quatro temporadas no máximo, o criador poderá tornar seu plantel homogéneo para as características do reprodutor inicial. Os acasalamentos consanguíneos podem nos conduzir a resultados excelentes desde que sejam feitos judiciosamente. Tentar utilizá-los com pássaros que possuem características desejáveis é simplesmente perda de tempo.

Bons exemplares de canários Lizard


Lizard azul.


Lizard prateado.


Lizard dourado.

Excelentes exemplares do criador Holandês Jac Gubbels.

Polygonum aubertii





Esta famosa planta é utilizada par a oxidação das patas e do bico nos canários Lizard, por si só não se consegue uma oxidação extraordinária, mas ajuda.

Nome cientifico: Polygonum aubertii
- Família: Polygonaceae (Poligonáceas).
- Origem: China.
- Possui um crescimento muito vigoroso, alcançando 5 a 6 metros por temporada.
- Trepadeira vigorosa, sempre verde em zonas de maior calor.
- Folha semi-persistente.
- Flores brancas muito pequenas e abundantes, desde a Primavera até ao Outono.
- Não é uma trepadeira de uma beleza extraordinária.
- Luz: ao sol ou meia sombra.
- Temperaturas: resistencia ao frio e ao calor. -9ºC.
- Fácil de cultivar.
- É uma planta desordenada que necessita de uma poda severa no inverno.
- Evasiva, cortar o que for necessário.




domingo, 2 de março de 2008

Standard do canário Lizard




O canário Lizard

A importância do adorno no canário Lizard
Pontos que se somam para criar o canário Lizard idealPor que razão certos criadores de canários Lizard são tão bem sucedidos nas exposições enquanto outros, com aparentemente as mesmas possibilidades, pouco conseguem. Deve haver uma explicação racional para isso.Temos observado detalhes que talvez conduzam a uma conclusão. Por exemplo, para se obter sucesso com certas linhagens é indispensável que se disponha de um grande número de pássaros. Com relação ao Lizard, no entanto, o número ideal de fêmeas esta provavelmente entre seis e doze reprodutores. Esse aspecto, que é realmente modesto, de fêmeas, haverá tempo e condições suficientes para produzir entre trinta e sessenta Lizards por ano. Mas tenham em mente que a nossa preocupação é produzir pássaros que se sobressaiam nas exposições. E para isso é preciso também que o criador saiba como e o que exibir, não se preocupando apenas com a aparência do pássaro.
Uma antiguidade preciosa
Nesse ponto, é conveniente que façamos uma análise de canário Lizard. Pássaro de grande antiguidade, difere das outras linhagens no que diz respeito à troca não só de sua primeira plumagem, mas também um ano mais tarde, por ocasião de sua primeira muda, já adulto. Ao deixar o ninho, é um pássaro indefinido na plumagem escura, exceto pelas penas claras da cabeça. Não há nesse momento nenhum indício da metamorfose que ocorrerá posteriormente. De um pássaro semelhante a um pardal, ele se transforma num espécime de primorosa beleza, com uma coloração emaranhada e penas que tem por fundo uma grande intensidade de cor. A riqueza de sua policromia é coroada por um capuz de reluzentes penas claras e moldurada pelas asas e cauda de um negro brilhante. O Lizard já adulto e em perfeita forma trocou, na sua primeira muda, as penas negras remígias das asas e da coada por penas acinzentadas e salpicadas de branco, ficando, a coloração do corpo pouco ou quase nada afetada. A longa permanência dessa plumagem deu origem à asserção muito comum de que o Lizard é um pássaro de exposição o ano todo. Como muitas outras variedades de canários, o Lizard é uma composição de um certo número de factores que os seus admiradores levam muito em conta. Em certos países, como por exemplo a Inglaterra, se atribui determinados pontos a cada um desses fatores, tendo certos fatores diferentes dos que se tem em mente na Inglaterra, desde que, é claro, se conserve as características essenciais do pássaro. Mas qualquer juiz, em qualquer país, jamais deixará de atribuir elevada importância às “escamas” que formam a sucessão de marcas bem distintas nas costas do pássaro. E realmente, embora outros factores muito possam concorrer para a grande beleza do Lizard, são as escamas que se destacam mais em todo o conjunto formado por sua coloração. Acontece, porém, que há quem dê importância exagerada a esse ponto, desprezando os demais. E isso, sem dúvida, constitui muitas vezes a razão dos fracassos nas exposições. Ao se criar um pássaro para competição, jamais se deverá subestimar a importância da qualidade da plumagem, da cores, da conformação das asas e da cauda etc. Embora esses factores, no caso do Lizard, tenham importância menor, são igualmente decisivos pra que se obtenha um exemplar que possa ser considerado ideal. Mesmo porque numa competição, quando dois Lizards apresentam escamas que mais ou menos se equivalem, são os demais factores que decidirão qual será o vencedor. Certos detalhes da plumagem do Lizard apresentam tanta beleza que não raro um criador se deixa empolgar por determinada particularidade. Certas pessoas dão a uma bela coloração negra das remígias e da cauda um valor deveras desproporcional e, outros, por sua vez, acham que toda a beleza do pássaro está no capuz. É claro que conceitos dessa natureza só podem conduzir ao insucesso numa exposição. É bem verdade, porém, que se um criador se deixa fascinar por determinada característica de uma variedade, o mesmo pode acontecer também com o juiz. Mas seja como for, jamais as escamas deixarão de influir na decisão de um juiz ao julgar qualidades de Lizard. Essa incapacidade para avaliar o que realmente pesa numa competição é a primeira razão do insucesso. A segunda, igualmente relevante, é a incapacidade para seleccionar o casal que produzirá filhotes de alto padrão. A grande maioria dos Lizards, como a grande maioria de todas as variedades de canários, carecem de certas características valiosas numa competição e isso diminui o seu valor. É necessário que esse casal reúna traços que sejam valorizados nas competições, mas isso não consiste em apenas se obter os melhores pássaros de uma exposição e acasala-los. Se assim fosse, quem tivesse mais dinheiro para gastar seria mais bem sucedido. O criador deverá desenvolver a capacidade de avaliar o pássaro que será benéfico ao seu plantel e esse pássaro nem sempre se enquadra nos padrões exigidos numa competição.Acontece muitas vezes que um criador super-estima um pássaro que obteve um segundo lugar numa competição em detrimento de outro que obteve quinto ou sexto lugar. Isso trás em si o risco de que se dê maior atenção a um pássaro que apresenta boas e se despreze outro que, tendo falhado numa exposição, é portador de determinadas qualidades excelentes. Tal pássaro, obviamente, deverá ser utilizado para conferir ao plantel essas suas características excelentes, independentemente do seu fracasso na exposição. A questão se resumirá então em se obter a mistura exacta.
Retirado de um canaril amigo.