segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ovos férteis ou não - O que fazer?

O que fazer com os ovos claros?


É normalmente por volta do sexto dia que o criador observa se os ovos estão fecundados. Quando não estão, são chamados de "claros". Deve-se então retirá-los?

Sim, se todos estiverem claros. A fêmea fará então uma outra postura: postura de substituição.

Certos casais, contudo, são capazes de identificar ovos claros. Podem até expulsá-los do ninho. Porém a maior parte dos casais não faz isso. Assim, retirando-se esses ovos evita-se que a fêmea se desgaste por uma incubação inútil. Também se ganha tempo. É interessante que o criador conserve cuidadosamente um ou dois ovos claros. Podem servir para um outro ninho. Deve-se juntar um ovo claro a uma ninhada pouco abundante de pequenos pássaros. O ovo claro evita que os filhotes novos sejam esmagados acidentalmente. Num ninho, vazio, o ovo claro pode estimular a postura ou verificar-se se um casal não come os ovos.
Se numa postura ocorreu apenas um ovo claro, estando os outros fecundados, deve-se então deixá-lo.


Na imagem podemos verificar a diferença entre os ovos férteis e claros.

sexta-feira, 2 de maio de 2008



A INFERTILIDADE NOS CANÁRIOS
(Problemas na criação)


Todos os criadores têm alguns casais que simplesmente não se reproduzem durante a época de criação. As causas são por vezes numerosas. Há uma suposição óbvia que um ou ambos os membros deste casal é demasiado jovem ou tem algum problema reprodutivo. O que acontece exactamente quando um pássaro se reproduz em determinada circunstância e não em outra e quais são os estímulos envolvidos nesse processo?
As hormonas, substâncias químicas produzidas pelas glândulas e libertadas na corrente sanguínea, são responsáveis pelo controle de inúmeras funções do organismo, de entre elas, a reprodução. Uma das principais glândulas envolvidas neste processo é a hipófise, situada no cérebro e que controla o funcionamento dos ovários e testículos.
PARTICULARIDADES DE CADA SEXO
ALTERAÇÕES DAS FÊMEAS
A infertilidade de uma fêmea geralmente traduz-se pela falta de postura, mas há alguns casos embora raros de ovos inférteis. Neste último caso, o acasalamento sucessivo com três machos diferentes sem fertilização confirma o diagnóstico de esterilidade da fêmea. Alterações nos ovários ou hormonais, tumores e infecções podem impedir a fertilização e determinar a postura de ovos inférteis. Intoxicações, fraqueza, senilidade e ambiente desfavorável são outros factores que podem determinar infertilidade. Alterações obstrutivas do sistema genital feminino impedem o livre acesso dos espermatozóides aos óvulos, comprometendo a fertilização.
O factor idade é importante e merece maiores discussões. As fêmeas que põem pela primeira vez, costumam apresentar uma quantidade considerável de ovos inférteis, às vezes até 50%. Esta infertilidade inicial normalmente cessa rapidamente. Algumas fêmeas adultas frequentemente põem ovos inférteis quando as posturas ficam muito próximas, ou seja, quando a canária põem enquanto os filhotes da ninhada anterior ainda estão muito novos. Aparentemente, este facto deve-se a alterações nos níveis de prolactina, responsável pelo choco e instinto de alimentar os filhotes pela fêmea, razão pela qual estas canárias quase sempre são más mães. Fêmeas afastadas dos machos em idade precoce podem não ter experiência bastante para aceita-los. Embora este facto ocorra com mais frequência entre psitacídeos, pode também ser visto em algumas canárias. Uma boa opção para despertar a reprodução das fêmeas é colocá-las primeiro na gaiola de reprodução juntamente com o ninho (contrariamente ao que a maioria faz), somente introduzindo-se o macho após três dias. Isto geralmente é um estímulo reprodutivo para elas.
Outro problema relativamente comum entre as fêmeas é aquele que, embora mostrem sinais de postura (abdómen inchado, fezes amolecidas e até mesmo aninhamento), não põem ovo algum. Estes casos normalmente relacionam-se a problemas funcionais graves, que impedem a produção de óvulos. São pássaros que raramente voltam a ter um ciclo reprodutivo normal e, a menos que tenham altíssimo valor genético, devem ser sumariamente descartados.
Os poleiros redondos, lisos e de diâmetro inadequado podem ser também a causa de infertilidade, sobretudo para canários de porte grande e de posição. A incapacidade de uma correta apreensão do poleiro por parte da fêmea faz com que a mesma se sinta insegura e evite o acasalamento. Por isto, os poleiros devem ser específicos para cada raça.
ALTERAÇÕES DOS MACHOS
A má nutrição ou baixa luminosidade pode tornar os testículos afuncionais, levando à supressão do instinto sexual e dificuldades durante o acasalamento. Alguns machos podem ser sexualmente indiferentes a certas fêmeas em particular ou a qualquer uma, mostrando-se completamente letárgicos à elas. Normalmente este é um problema difícil de se resolver e, quando não há má iluminação e/ou nutrição, estes machos devem ser descartados do plantel. A idade também é um factor importante, desaconselhando-se o uso de pássaros com mais de 3 anos.
ALTERAÇÕES COMUNS A AMBOS OS SEXOS
Naturalmente todos nós temos aqueles casais que produzem ovos inférteis. A frequência destes ovos na primeira postura é relativamente alta, mas se persiste a partir da segunda há algum problema no acasalamento. As causas deste problema são várias, mas a incompatibilidade entre os membros do casal e a infertilidade do macho parecem ser as mais comuns.
O tipo de pena que a ave apresenta também é um factor importante. Canários de pena longa têm maior dificuldade num acasalamento correcto e devem ter as penas ao redor da cloaca bem cortadas antes do acasalamento. Este factor parece afectar mais as fêmeas, embora machos com excesso de penas também tenham dificuldades galar. Também é necessário verificar com frequência se estas penas da cloaca não estão coladas, pois além do evidente problemas sanitário, a fertilização fica comprometida.
ALTERAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO
Há muitas causas para a morte do embrião dentro do ovo e cada criador certamente já teve estes casos no seu plantel. A morte do embrião pode ocorrer durante todo o estágio de desenvolvimento, entre a fertilização e o final da incubação. Entretanto, há duas fases onde esta mortalidade ocorre com mais frequência, entre o 1o. e o 4o. dias finais de incubação.
As causas principais de morte embrionária precoce incluem factores hereditários (letais), fisiológicos (composição do ovo, retenção dentro da fêmea e alterações no choco), nutricionais (deficiência de vitaminas), infecciosos (contaminação do ovo por certos agentes, principalmente bactérias do género Salmonela) e danos físicos (quebras de casca). A morte embrionária tardia normalmente decorre de falhas no choco, más condições ambientais (falta de oxigénio ou humidade), mal posicionamento ou má formação do embrião.
Os problemas de choco são relativamente comuns e podem ser causados por deficiência hormonal (determina perda do instinto de choco), parasitas, unhas muito grandes que danificam o ovo e machos que tentam cruzar com a fêmea em incubação. Embriões de pais doentes, fracos, velhos ou muito consanguíneos frequentemente não têm força suficiente para quebrar a casca quando esta está um pouco mais dura que o normal. Nestes casos, a humidificação dos ovos com água morna costuma apresentar resultados satisfatórios.
INFERTILIDADE E DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL
Os factores nutricionais são importantes não só para a fertilidade, como também para a criação dos filhotes. Qualquer leigo sabe que deficiências nutricionais levam a alterações na reprodução das aves, mas poucos consideram a contrapartida. Aves que recebem excessos de determinados nutrientes geralmente são completamente estéreis. Por isto, recomenda-se uma alimentação equilibrada, mas sem excessos. A infertilidade pode naturalmente ser causada por umas deficiências nutricionais, dentre as quais muito se fala das avitaminoses.
As vitaminas são substâncias orgânicas, sintetizadas principalmente pelos vegetais e ingeridas pelos pássaros na alimentação. Mesmo as quantidades pequenas, são essenciais para a vida. Doenças específicas causadas pela falta ou deficiência de algumas vitaminas, as avitaminoses, podem determinar disfunções nos níveis hormonais responsáveis pela reprodução. As vitaminas também são essenciais para assegurar um desenvolvimento completo do embrião, para impedir sua morte dentro da casca e para garantir um crescimento normal dos jovens.
As avitaminoses podem ser primárias, quando há níveis insuficientes na alimentação, ou secundárias, quando a ave não consegue absorver os nutrientes ingeridos devido a alguma disfunção, geralmente localizada no trato digestivo (por ex.: as diarreias). Embora a sua participação no processo reprodutivo das aves ainda não tenha sido irrefutavelmente comprovada, a vitamina E é tida como essencial a um bom desempenho reprodutivo e muitos criadores suplementam com fontes externas, principalmente gérmen de trigo. Esta suplementação perece ser completamente desnecessária, pois a vitamina E está presente em quantidades satisfatórias em todas as sementes oleaginosas, como por exemplo, colza e níger.
A IMPORTÂNCIA DA LUZ
A luz, especificamente o aumento em sua duração e intensidade, tem um grande efeito no ciclo reprodutivo. Ela estimula a hipófise a produzir hormonas, dentre as quais aquelas envolvidos no processo de reprodução. Assim, luz e nutrição são os principais factores que determinam o sucesso na reprodução dos pássaros. O ápice da reprodução ocorre sempre naquelas épocas onde há maior luminosidade, meados da primavera onde os dias são mais longos. Pode-se concluir, portanto, que aumentos artificiais na quantidade diária de luz são estimulantes do processo reprodutivo. Qualquer acréscimo (ou decréscimo) de luminosidade, entretanto, deve ser feito de maneira gradual.